-
Ibovespa apresenta alta de 2,1% na semana e completa 10 sessões seguidas de altas; dólar recua a R$ 5,43
-
Mercado está reagindo positivamente à expectativa da queda dos juros nos EUA e novas falas do ministro Fernando Haddad sobre cenário fiscal
- Por Camilla Ribeiro
- 13/07/2024 14h37 - Atualizado há 3 meses
Nesta sexta-feira (12), o Ibovespa bateu a 10ª alta seguida e o dólar fechou em queda ante o real com investidores analisando novos comentários do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o cenário fiscal.
Os mercados internacionais digeriram novos dados da inflação dos Estados Unidos em meio ao fortalecimento das apostas de corte de juros pelo Federal Reserver (Fed) em setembro.
No mercado brasileiro o principal índice fechou a sessão com avanço de 0,47%, aos 128.896 pontos, o 10º resultado positivo e a maior sequência entre o fim de 2017 e o início de 2018, quando o Ibovespa avançou por 11 pregões consecutivos.
Esse desempenho provocou o acúmulo da alta semanal de 2,08%, na 4ª semana seguida de valorização, melhor sequência desde dezembro do ano passado.
Mesmo assim, a performance acumulada no ano segue no vermelho, apresentando queda de quase 4%.
Essa positividade levou o dólar a fechar a sessão com baixa de 0,2%, negociado a R$ 5,430 na venda, ficando longe dos picos de R$ 5,70 vistos na semana passada.
A divisa norte-americana apresentou queda de 0,58%. Esta foi a segunda baixa semanal consecutiva, após um histórico de seis semanas de ganhos.
O ministro Haddad defendeu fiscal
O ministro disse que o crescimento fiscal nesse cenário não é bom para o Brasil e afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá cortar gastos primários para ajustar as contas públicas se for necessário.
De acordo com o ministro, o equilíbrio da contas públicas irá permitir a queda dos juros e o crescimento da economia.
“Estamos desde 2014 ou 2015 produzindo déficit pesado”, disse Haddad em sua fala. “Isso melhorou a vida de alguém?”, questionou durante sabatina em Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
O ministro negou ter convencido Lula a baixar a tensão com o Banco Central, e disse que o presidente teve “certa razão” de ficar insatisfeito com atitudes da autarquia.
Haddad disse também que os dados econômicos que foram divulgados recentemente têm surpreendido positivamente e que o Brasil vai crescer com inflação em queda.
“Peguem os dados dessa semana. Saíram os dados do varejo, surpreendeu. Saíram os dados de serviços, surpreendeu. Saíram os dados da inflação, surpreendeu. Ou seja, o Brasil continua crescendo com inflação em queda. Nós podemos ter um mandato me que o crescimento surpreende, a inflação surpreende, positivamente”, disse.
A inflação nos EUA
Departamento do Trabalho informou que nós Estados Unidos o índice de preços ao produtor para a demanda final subiu 0,2% em junho, após ter ficado inalterado em maio.
Economistas que foram consultados pela Reuters haviam previsto alta de 0,1%. Nos 12 meses até junho, o índice subiu 2,6%, depois de avançar 2,4% em maio.
O crescimento dos preços para o produtor surge após o Departamento do Trabalho ter informado na véspera uma queda inesperada do índice de preços ao consumidor de 0,1% em junho.